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Imagem: Envato Elements, por troyanpxParticipação das mulheres no transporte de cargas

17/04/2023

A participação das mulheres no transporte de cargas está crescendo de maneira gradual. Alguns números comprovam essa nova realidade e mostram haver uma tendência das grandes corporações em apostarem na adversidade e fazer escolhas com base no talento, comprometimento e competência do candidato. Dados do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão de pesquisa parceiro do Setcesp, mostrou que em 2021 aconteceram em São Paulo 32.094 contratações femininas para cargos no setor de transporte. O crescimento é 61% superior a 2020, especialmente nas áreas administrativa e comercial, com representatividade feminina de 52% e 56% sobre a masculina, respectivamente. Já no setor operacional foram registradas 13.741 contratações femininas e 125 mil masculinas.
Mulheres no transporte: elas fazem a diferença
Desde de 2015, o projeto do Sest Senat de Habilitação Profissional para o Transporte – Inserção de Novos Motoristas registrou a participação de 2.311 mulheres e em cinco anos a demanda cresceu 60,4% em cursos da instituição voltados para transporte de passageiros, produtos perigosos e escolar. Em 2019, os cursos mais procurados foram Cuidados Especiais no Transporte de Escolares, Custos Operacionais do Transporte de Cargas e A Precificação no Transporte Rodoviário de Cargas.
Apesar do interesse feminino no setor de transporte rodoviário, o número de mulheres habilitadas com CNH para dirigir caminhão ainda é muito baixo em relação aos homens. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), com dados de janeiro de 2022 do Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach) foram registradas 4,39 milhões de CNHs para veículos pesados (caminhões e carretas), das quais 97,19% são para motoristas homens e apenas 2,81% para motoristas mulheres.
Participação das mulheres no transporte de cargas: “é preciso encorajar as mulheres a se candidatarem a qualquer vaga que desejarem”“O homem tem mais facilidade para se candidatar a qualquer vaga, mesmo quando está inseguro. Já a mulher precisa sentir segurança plena para se arriscar”, disse Ana Jarrouge, presidente executiva do Setcesp e idealizadora do Movimento Vez e Voz, ação que surgiu com o objetivo de valorizar as mulheres que já atuam no setor de transporte e atrair talentos para aumentar a participação feminina no setor. “É preciso acabar com esse paradigma e encorajar as mulheres a se candidatarem a qualquer vaga que desejarem”, complementou.
Na sua avaliação existem dois setores onde a participação das mulheres no transporte de cargas ainda é baixa e é necessário mudanças: o operacional (motorista, mecânico, analista e gerente de logística, conferente) e o C-Level, que engloba os cargos executivos). “Dentro do Movimento Vez e Voz entrevistamos mulheres que já atuam nessas funções e colocamos elas em destaque para se sentirem valorizadas e ao mesmo tempo encorajar e inspirar outras profissionais a enxergarem que realmente existe a possibilidade”.  
Os desafios para aumentar a participação das mulheres no transporte de cargas são muitos, e passam por questões que envolvem infraestrutura e flexibilidade. Ana Jarrouge afirma que as motoristas reclamam da falta de estrutura na estrada e nas empresas para as quais prestam serviços, sendo uma delas a falta de banheiro. Já nos cargos executivos a questão é a flexibilidade de jornada que esbarra em questões como a maternidade, por isso a necessidade de envolver as empresas nesse processo. “Estamos desenvolvendo um manual de boas práticas para orientar as empresas como se posicionam para atrair esse público e mantê-las na atividade”, acrescentou.
Para Ana, essas ações são extremamente necessárias, pois o Brasil tem um mercado envelhecido e de carência de profissionais. Ela reforça que as mulheres apresentam um diferencial já percebido, principalmente quando se trata das motoristas. Disse que empresas relatam que elas contribuem para a redução do custo de manutenção, se envolvem menos em acidente, gostam de se capacitar e são mais atenciosas no trato com os clientes. “As empresas têm vagas abertas, mas dizem que não há candidatas. Temos que mostrar isso, que existem vagas e encorajá-las, pois esse é o caminho para tentarmos mudar essa realidade e atrair os talentos para o TRC”, concluiu.
Participação das mulheres no transporte de cargas:  “é um movimento que realmente queremos dar voz a elas” Outra ação com o mesmo objetivo de ampliar a participação das mulheres no transporte de cargas é o Movimento Voz Delas. Idealizado pela Mercedes-Benz, a iniciativa nasceu de uma demanda de mercado com base em relatos tanto de motoristas quanto de esposas sobre a falta de infraestrutura nas estradas. “Percebemos um número expressivo de mulheres que estavam passando por situações degradantes. Muitas vezes as esposas dos caminhoneiros têm de aguardar do lado de fora da empresa, às vezes à noite, com filho no colo, enquanto o marido carrega ou descarrega o caminhão”, disse Ebru Semizer, gerente sênior de marketing comunicação & inteligência de mercado caminhões da Mercedes-Benz do Brasil.
No caso das mulheres motoristas, Ebru lembra que raramente elas encontram banheiro feminino para tomar um banho durante as viagens. “Foi com base nesses relatos que pensamos em criar um movimento para tentar mudar essa realidade e com isso trazer mais mulheres para o transporte”, explicou. Ela acrescentou que o primeiro passo, foi se aprofundar mais nessas questões para entender quais eram as principais barreiras que impediam uma mulher de tentar ser motorista ou até mesmo acompanhar o marido na estrada.
A partir da principal queixa das mulheres a Mercedes-Benz fez a parceria para a reforma de posto de serviço em Goiânia/GO para servir de modelo de como deve funcionar um ponto de parada. “Colocamos uma lavanderia e banheiros higiênicos. O dono do posto registrou aumento de 10% no movimento constando que o investimento valeu a pena”, contou.  
Para Ebru é muito importante levar essa questão para todas as empresas que fazem parte do processo de transporte. “Esse é um dos objetivos do movimento, trazer essa consciência. Como uma das ações, as empresas que possuem estrutura adequada para receber mulheres motoristas e cristais estão ganhando selo apoiador do movimento. E, alguns parceiros estabelecem como condição o transportador estar dentro dessas normas para serem contratados e assim o movimento vai provocando um impacto maior e trazendo bons resultados”
Dentro do portal do Movimento Voz Delas são disponibilizadas muitas informações para fazer as mulheres se sentirem mais valorizadas e se sentirem mais atraídas a participar do setor de transporte rodoviário de cargas. Além de dicas o portal divulga vagas abertas para facilitar a busca por uma oportunidade. Outra ação do movimento é a campanha Na direção do seu sonho, que ajudou no processo da CNH mulheres que queriam ser motoristas mas não tinham condições de fazer todo o processo.
Ebru lembra que esses movimentos estão contribuindo para uma mudança bastante positiva em relação a participação das mulheres no TRC e ampliam essa consciência dentro das empresas. Além disso, as associações estão se juntando à essa causa e existem cursos direcionados para as mulheres. Adiantou que será provido na Fenatran um Fórum das Mulheres no Transporte, com a todas as iniciativas que estão contribuindo para mudar essa realidade. “Vamos levar também para a Feira um caminhão Mercedes-Benz feito por mulheres para mulheres. Vamos fazer barulho e chamar atenção para que essa causa seja vista e abraçada. É um movimento onde realmente queremos dar voz a elas”. 
Participação das mulheres no transporte de cargas: “fomos nos adequando para atrair essa mão de obra”
Tatiane Rabuske, coordenadora de RH da transportadora Ghelere, aposta no treinamento de motoristas para valorizar os profissionais e reduzir a rotatividade na empresa. Os cursos duram 20 dias e apenas após esse período os profissionais estão liberados para começar. “Começamos no ano passado e depois da contratação nesse modelo nossa rotatividade diminuiu bastante”, disse. Ela acrescentou que o treinamento de homens e mulheres, com ou sem experiência alguma, é realizado em caminhão trucado.
Atualmente a transportadora atua com seis mulheres. “Como o nosso objetivo sempre foi ampliar a participação das mulheres em todas as áreas da nossa empresa fomos nos adequando para atrair essa mão de obra. No caso das motoristas, optamos em deixá-las trabalhar com os caminhões automatizados e em rotas mais curtas para ficarem afastadas dos filhos por grandes períodos”, explicou. Em relação à falta de infraestrutura nas rodovias, Tatiane afirmou que trabalha apenas com postos de grande porte e que ofereçam estrutura adequada para receber os motoristas da transportadora, sejam eles homens ou mulheres. Atualmente a Ghelere continua se adaptando para atrair mais mulheres para trabalhar na empresa.
Participação das mulheres no transporte de cargas: “precisamos urgente de investimentos das empresas para educar as mulheres para a atividade”
Há mais de um ano a Fabet vem fortalecendo a inserção de motoristas no setor de transporte. De acordo com a gerente geral da Filial SP, Salete M. Argenton, após mais de 12 meses de ações diversas, dezenas de mulheres formadas e atuando, o problema da falta de investimentos das empresas em preparar, formar, educar as mulheres para a atividade continua. “Precisamos urgente de investimentos sérios e de oportunidades para as mulheres ingressarem e mostrarem o seu talento e competência na arte de conduzir caminhões modernos e tecnológicos, seja para operações urbanas, rodoviárias, off road ou internacional. Nossas ex-alunas estão espalhadas pelo Brasil e pelos diversos perfis de transporte, comprovando a qualidade do seu trabalho”, relatou.
Salete explicou que a Fabet incluiu sempre incentivas para aumentar a participação das mulheres no transporte de cargas porém, em todos os cursos a aderência ainda é baixa. Em 2021, com a iniciativa da Mercedes Benz de criar o programa Voz Delas, a instituição decidiu construir um programa de formação voltado especialmente para o público feminino com temas técnicos e fundamentais, como mecânica, direção econômica, tecnologias embarcadas e agregadas, legislação, segurança, pneus, prática supervisionada, entre outros.
Além de uma proposta pedagógica diferenciada, com especialistas de cada área, Salete explica que é construído um ambiente adequado, com equipe de acompanhamento durante o treinamento, restaurante e alojamento próprio, além de laboratórios de mecânica, pneus, rastreamento e veículos modernos com tecnologia de ponta. Ao término do curso tem o setor de egressos que indica para o mercado de trabalho.
O programa já formou centenas de mulheres desde a 1ª turma.  Salete acrescenta que a Fabet conta também com apoio de empresas para que apadrinhar o programa para as mulheres que desejam ingressar na profissão. Reforça que as empresas podem preencher as vagas abertas para os milhares de veículos parados nos pátios das empresas, com profissionais competentes, seguras e eficientes, que cuidam  da vida, do trabalho e do cliente, além de serem uma grande esperança para a redução dos acidentes e a tão sonhada humanização do trânsito.
fonte: O Carreteiro, escrita por Daniela Giopato Da Silva
A participação das mulheres no transporte de cargas está crescendo de maneira gradual. Alguns números comprovam essa nova realidade e mostram haver uma tendência das grandes corporações em apostarem na adversidade e fazer escolhas com base no talento, comprometimento e competência do candidato. Dados do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão de pesquisa parceiro do Setcesp, mostrou que em 2021 aconteceram em São Paulo 32.094 contratações femininas para cargos no setor de transporte. O crescimento é 61% superior a 2020, especialmente nas áreas administrativa e comercial, com representatividade feminina de 52% e 56% sobre a masculina, respectivamente. Já no setor operacional foram registradas 13.741 contratações femininas e 125 mil masculinas.

Mulheres no transporte: elas fazem a diferença
Desde de 2015, o projeto do Sest Senat de Habilitação Profissional para o Transporte – Inserção de Novos Motoristas registrou a participação de 2.311 mulheres e em cinco anos a demanda cresceu 60,4% em cursos da instituição voltados para transporte de passageiros, produtos perigosos e escolar. Em 2019, os cursos mais procurados foram Cuidados Especiais no Transporte de Escolares, Custos Operacionais do Transporte de Cargas e A Precificação no Transporte Rodoviário de Cargas.

Apesar do interesse feminino no setor de transporte rodoviário, o número de mulheres habilitadas com CNH para dirigir caminhão ainda é muito baixo em relação aos homens. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), com dados de janeiro de 2022 do Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach) foram registradas 4,39 milhões de CNHs para veículos pesados (caminhões e carretas), das quais 97,19% são para motoristas homens e apenas 2,81% para motoristas mulheres.

Participação das mulheres no transporte de cargas: “é preciso encorajar as mulheres a se candidatarem a qualquer vaga que desejarem”“O homem tem mais facilidade para se candidatar a qualquer vaga, mesmo quando está inseguro. Já a mulher precisa sentir segurança plena para se arriscar”, disse Ana Jarrouge, presidente executiva do Setcesp e idealizadora do Movimento Vez e Voz, ação que surgiu com o objetivo de valorizar as mulheres que já atuam no setor de transporte e atrair talentos para aumentar a participação feminina no setor. “É preciso acabar com esse paradigma e encorajar as mulheres a se candidatarem a qualquer vaga que desejarem”, complementou.
Na sua avaliação existem dois setores onde a participação das mulheres no transporte de cargas ainda é baixa e é necessário mudanças: o operacional (motorista, mecânico, analista e gerente de logística, conferente) e o C-Level, que engloba os cargos executivos). “Dentro do Movimento Vez e Voz entrevistamos mulheres que já atuam nessas funções e colocamos elas em destaque para se sentirem valorizadas e ao mesmo tempo encorajar e inspirar outras profissionais a enxergarem que realmente existe a possibilidade”.  

Os desafios para aumentar a participação das mulheres no transporte de cargas são muitos, e passam por questões que envolvem infraestrutura e flexibilidade. Ana Jarrouge afirma que as motoristas reclamam da falta de estrutura na estrada e nas empresas para as quais prestam serviços, sendo uma delas a falta de banheiro. Já nos cargos executivos a questão é a flexibilidade de jornada que esbarra em questões como a maternidade, por isso a necessidade de envolver as empresas nesse processo. “Estamos desenvolvendo um manual de boas práticas para orientar as empresas como se posicionam para atrair esse público e mantê-las na atividade”, acrescentou.

Para Ana, essas ações são extremamente necessárias, pois o Brasil tem um mercado envelhecido e de carência de profissionais. Ela reforça que as mulheres apresentam um diferencial já percebido, principalmente quando se trata das motoristas. Disse que empresas relatam que elas contribuem para a redução do custo de manutenção, se envolvem menos em acidente, gostam de se capacitar e são mais atenciosas no trato com os clientes. “As empresas têm vagas abertas, mas dizem que não há candidatas. Temos que mostrar isso, que existem vagas e encorajá-las, pois esse é o caminho para tentarmos mudar essa realidade e atrair os talentos para o TRC”, concluiu.

Participação das mulheres no transporte de cargas:  “é um movimento que realmente queremos dar voz a elas” Outra ação com o mesmo objetivo de ampliar a participação das mulheres no transporte de cargas é o Movimento Voz Delas. Idealizado pela Mercedes-Benz, a iniciativa nasceu de uma demanda de mercado com base em relatos tanto de motoristas quanto de esposas sobre a falta de infraestrutura nas estradas. “Percebemos um número expressivo de mulheres que estavam passando por situações degradantes. Muitas vezes as esposas dos caminhoneiros têm de aguardar do lado de fora da empresa, às vezes à noite, com filho no colo, enquanto o marido carrega ou descarrega o caminhão”, disse Ebru Semizer, gerente sênior de marketing comunicação & inteligência de mercado caminhões da Mercedes-Benz do Brasil.

No caso das mulheres motoristas, Ebru lembra que raramente elas encontram banheiro feminino para tomar um banho durante as viagens. “Foi com base nesses relatos que pensamos em criar um movimento para tentar mudar essa realidade e com isso trazer mais mulheres para o transporte”, explicou. Ela acrescentou que o primeiro passo, foi se aprofundar mais nessas questões para entender quais eram as principais barreiras que impediam uma mulher de tentar ser motorista ou até mesmo acompanhar o marido na estrada.

A partir da principal queixa das mulheres a Mercedes-Benz fez a parceria para a reforma de posto de serviço em Goiânia/GO para servir de modelo de como deve funcionar um ponto de parada. “Colocamos uma lavanderia e banheiros higiênicos. O dono do posto registrou aumento de 10% no movimento constando que o investimento valeu a pena”, contou.  

Para Ebru é muito importante levar essa questão para todas as empresas que fazem parte do processo de transporte. “Esse é um dos objetivos do movimento, trazer essa consciência. Como uma das ações, as empresas que possuem estrutura adequada para receber mulheres motoristas e cristais estão ganhando selo apoiador do movimento. E, alguns parceiros estabelecem como condição o transportador estar dentro dessas normas para serem contratados e assim o movimento vai provocando um impacto maior e trazendo bons resultados”

Dentro do portal do Movimento Voz Delas são disponibilizadas muitas informações para fazer as mulheres se sentirem mais valorizadas e se sentirem mais atraídas a participar do setor de transporte rodoviário de cargas. Além de dicas o portal divulga vagas abertas para facilitar a busca por uma oportunidade. Outra ação do movimento é a campanha Na direção do seu sonho, que ajudou no processo da CNH mulheres que queriam ser motoristas mas não tinham condições de fazer todo o processo.

Ebru lembra que esses movimentos estão contribuindo para uma mudança bastante positiva em relação a participação das mulheres no TRC e ampliam essa consciência dentro das empresas. Além disso, as associações estão se juntando à essa causa e existem cursos direcionados para as mulheres. Adiantou que será provido na Fenatran um Fórum das Mulheres no Transporte, com a todas as iniciativas que estão contribuindo para mudar essa realidade. “Vamos levar também para a Feira um caminhão Mercedes-Benz feito por mulheres para mulheres. Vamos fazer barulho e chamar atenção para que essa causa seja vista e abraçada. É um movimento onde realmente queremos dar voz a elas”.

Participação das mulheres no transporte de cargas: “fomos nos adequando para atrair essa mão de obra”
Tatiane Rabuske, coordenadora de RH da transportadora Ghelere, aposta no treinamento de motoristas para valorizar os profissionais e reduzir a rotatividade na empresa. Os cursos duram 20 dias e apenas após esse período os profissionais estão liberados para começar. “Começamos no ano passado e depois da contratação nesse modelo nossa rotatividade diminuiu bastante”, disse. Ela acrescentou que o treinamento de homens e mulheres, com ou sem experiência alguma, é realizado em caminhão trucado.

Atualmente a transportadora atua com seis mulheres. “Como o nosso objetivo sempre foi ampliar a participação das mulheres em todas as áreas da nossa empresa fomos nos adequando para atrair essa mão de obra. No caso das motoristas, optamos em deixá-las trabalhar com os caminhões automatizados e em rotas mais curtas para ficarem afastadas dos filhos por grandes períodos”, explicou. Em relação à falta de infraestrutura nas rodovias, Tatiane afirmou que trabalha apenas com postos de grande porte e que ofereçam estrutura adequada para receber os motoristas da transportadora, sejam eles homens ou mulheres. Atualmente a Ghelere continua se adaptando para atrair mais mulheres para trabalhar na empresa.

Participação das mulheres no transporte de cargas: “precisamos urgente de investimentos das empresas para educar as mulheres para a atividade”
Há mais de um ano a Fabet vem fortalecendo a inserção de motoristas no setor de transporte. De acordo com a gerente geral da Filial SP, Salete M. Argenton, após mais de 12 meses de ações diversas, dezenas de mulheres formadas e atuando, o problema da falta de investimentos das empresas em preparar, formar, educar as mulheres para a atividade continua. “Precisamos urgente de investimentos sérios e de oportunidades para as mulheres ingressarem e mostrarem o seu talento e competência na arte de conduzir caminhões modernos e tecnológicos, seja para operações urbanas, rodoviárias, off road ou internacional. Nossas ex-alunas estão espalhadas pelo Brasil e pelos diversos perfis de transporte, comprovando a qualidade do seu trabalho”, relatou.

Salete explicou que a Fabet incluiu sempre incentivas para aumentar a participação das mulheres no transporte de cargas porém, em todos os cursos a aderência ainda é baixa. Em 2021, com a iniciativa da Mercedes Benz de criar o programa Voz Delas, a instituição decidiu construir um programa de formação voltado especialmente para o público feminino com temas técnicos e fundamentais, como mecânica, direção econômica, tecnologias embarcadas e agregadas, legislação, segurança, pneus, prática supervisionada, entre outros.

Além de uma proposta pedagógica diferenciada, com especialistas de cada área, Salete explica que é construído um ambiente adequado, com equipe de acompanhamento durante o treinamento, restaurante e alojamento próprio, além de laboratórios de mecânica, pneus, rastreamento e veículos modernos com tecnologia de ponta. Ao término do curso tem o setor de egressos que indica para o mercado de trabalho.

O programa já formou centenas de mulheres desde a 1ª turma.  Salete acrescenta que a Fabet conta também com apoio de empresas para que apadrinhar o programa para as mulheres que desejam ingressar na profissão. Reforça que as empresas podem preencher as vagas abertas para os milhares de veículos parados nos pátios das empresas, com profissionais competentes, seguras e eficientes, que cuidam  da vida, do trabalho e do cliente, além de serem uma grande esperança para a redução dos acidentes e a tão sonhada humanização do trânsito.


Fonte: O Carreteiro, escrita por Daniela Giopato Da Silva

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